domingo, 12 de dezembro de 2021

Ismália

Teve uma vez na seara há mil anos

Foi a primeira em verdade que Ismália me apareceu e eu nem sabia que os versos mais lindos eram os seus

Soube de primeira que aquele desejo era também meu, mas não sabia seu nome de poesia.

Depois, muitos anos, Ismália me apareceu de novo, dessa vez com voz poderosa e música forte junto.

Dessa vez, soube seu nome e me encantei de tal modo que a guardei em meu coração -  a experiência arrebatadora dormiu em mim como pedra preciosa guardada nas entranhas da alma, esperando o momento certo de despertar novamente.

E hoje, qual não foi minha surpresa quando no paraíso me deparo com Ismália abaixo não sei quantos metros da terra, Ismália escrita em azul em cima da escada e dentro de meu coração.

Subindo a escada a vi, desci e a li. 
E na tentativa de guardá-la de novo em mim, como se já não estivesse aqui, para sempre,
tirei uma foto, a luz do teto do subsolo do metrô caiu como um raio divino sobre Ismália e meu coração se rejubilou de novo e mais uma vez.
Descobri também seu autor - poeta brasileiro, que orgulho dessa nossa gente, da nossa poesia, desse amor louco e dessa lua que brilha no céu e no mar.
Ah, o céu e o mar.
Precisava escrever.
BCC
12.12.2021

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Sobre um dia bom de trabalho e poesia


 Eu subo na árvore para ver o mundo.

É preciso tempo para amar, para viver, para reparar na poesia da vida.

Flor, amor e tempo.


As cores do vento.


Ah, o céu, sempre o céu.






segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Carminha

A gente já sabia, a gente quase sempre sabe, mas ainda assim dói, não porque não tenhamos fé, não porque não saibamos que Deus é amor e sabedoria maior e que está tudo certo.

Dói porque amamos demais e somos pequenos para tanto amor, mas um dia seremos quase tão grandes quanto Ele, um dia seremos só amor e nesse dia não haverá de doer mais.

Mas hoje dói, hoje nosso coração cheio de amor chora, sente falta, sente saudade, como será o mundo daqui para frente sem sua voz bondosa, seu sorriso acolhedor, sua palavra doce que sempre agradecia pelo amor, que me disse ao pé do ouvido com tanto carinho - eu te amo tanto minha amiga.

Como será não te ver mais em nossos sábados azuis?  Mas você está aqui, digo de mim para mim, você estará sempre aqui em nossos corações, em nosso grande coração azul, trabalhando, sorrindo, amando, agradecendo, aprendendo e ensinando como fez entre nós. Temos certeza disso, você continuará. 

Continuará no amor de seus filhos, de sua irmã guerreira querida, continuará em seus netos, em suas sobrinhas, em seu irmãos do grupo azul, em seus alunos e amigos e em tantos, tantos que você se fez morada, que você tocou com carinho, gentileza, teimosia, amor e paciência.

Você continuará querida amiga aqui e do lado de lá, continuará com nosso amor hoje, amanhã e sempre.

22.11.2021

Para Carminha.

"Eu vou sentir saudades de rezar por você"

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

A última dos meus 29


E o que faço eu numa sexta-feira à 
noite, uma comum e extraordinária sexta-feira à noite, a última dos meus 29 anos. Depois de um filme italiano com meus pais, vejo uma mensagem-querida convite para ouvir um podcast de Bethânia lendo Clarice e intercalando com blues, a música negra norte-amaricana, que tanto amo, que tudo amo - junto.

Aceito o convite de minha alma e deito em meu quarto com a luz apagada, janela aberta, o negro azul do céu sobre minha cabeça, Clarice em meu coração, Bethânia, abelha rainha, e a música, ah essas músicas, essas mulheres... só amor e uma alegria inexplicável em ser quem sou, em ser mulher, em compartilhar das existências dessas divas que pisaram nesta terra e abrilhantaram o mundo com sua força-poesia, força-voz, força-amor.
De que mais preciso eu, em minha última sexta-feira dos 29 anos?! 
BCC
05.11.2021

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Hoje a saudade bateu quase que insuportável

E hoje de novo a gente se encontrou no sonho, mas hoje você estava tão você, não foi como das outras vezes que seu cabelo estava diferente e eu não te reconhecia direito, como alguém que um dia foi família e hoje, não passa de uma estranha conhecida.

Hoje, você estava com sua roupinha azul marinho que eu tanto gostava, você me amava e eu te amava também, havia faísca entre nós, estava na cara o nosso amor, nosso desejo sem fim, e, no entanto, assim como na vida real, não ficamos juntas. Apenas nos encontramos em um estranho eleva-dor, você estava ainda com a aliança e eu pensei "ela ainda me ama", mas talvez você só tenha se apegado ao anel mesmo - ele é lindo de qualquer forma.

Me preocupei com você no sonho, como na vida, nossos corpos quase soltaram faísca ao se aproximarem, você sorriu linda e foi embora de novo.

Eu fui para o outro lado e o sonho mudou, passou, acabou. 

terça-feira, 27 de julho de 2021

O mundo tem andado tão estranho

 

O mundo tem andado tão estranho nos últimos tempos, agora especialmente por causa dela e de sua ausência em meu mundo, mas não só por isso, não só de agora.

É uma sensação estranha que parece rondar a atmosfera, tudo tem sido pesado na energia da terra, mas o mundo não parou de rodar, as pessoas continuam, estabelecem novas rotinas que se tornam tudo aquilo que conhecem, não sem certa melancolia, mas o que foi, foi e não volta mais, há muitos que podem dizer isso melhor do que eu e que sofreram e estão sofrendo dores inenarráveis.

Mas o mundo, o meu mundo, ou a forma que eu estou enxergando, tem me sido muito estranho, hoje, a tarde vazia e mítica comprovou minha sensação. O sol queimava forte a tarde seca e quente de inverno, as crianças brincavam no parque integradas, quando num momento qualquer, o céu fechou, as nuvens cobriram o astro rei e um tom cinza tomou conta do ambiente, coincidência ou não, as crianças murcharam. Pareciam ter se cansado, se dispersaram do grupo alegre e ruidoso de segundos antes e silenciaram, cada uma foi brincar de um lado, ficaram meio sem saber o que fazer, a mercê.

É exatamente assim, que tenho me sentido às vezes, neste mundo estranho, em que tudo parece estranhamente bem, sem no entanto, nada estar em ordem. É como se estivesse no parque no sol, com amigos e de repente, olhasse para mim ali e não soubesse mais o que fazer.

Como se a tarde de inverno fosse seca e quente e vazia e eu sentisse falta da chuva.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Sangue – poesia da vida


O sangue vazou de mim.

Estava lendo, estudando quando senti algo diferente, fui ver e batata! a poça vermelha manchada – a vida viva vermelha de mim. Me mostrou de novo que por mais que a gente planeje, a gente pense, algumas coisas simplesmente acontecem e vêm, vêm como a vida – forte, urgente, necessária – e mudam, mudam nossos planos, não completamente às vezes, totalmente, outras. E aí precisamos olhar para nós,precisamos olhar para a vida que se coloca pungente a nossa frente e tomar outro rumo,  mudar de atitude,não há mais tempo para parar e pensar,se continuarmos do mesmo jeito,o sangue irá borrar tudo ao nosso redor, então é preciso mudar, dar uma pausa no que estamos fazendo e atender a necessidade da vida, atender aquilo que pulsa, aquilo que vem urgente e pede transformação, o sangue me mostrou isso hoje. Um pequeno intervalo na leitura necessária para que eu possa cuidar do corpo que vive em mim, do corpo que também sou eu, o sangue me mostrou isso hoje e são tantas as oportunidades, tantas as coisas que nos mostram isso,  será que vemos? Será temos olhos de ver para seguir a necessidade da vida e vivê-la da forma mais amorosa e potente que pudermos?

Prestemos atenção, o sangue está em nós, corre por nossas veias, sai de nosso corpo, dizendo-nos para viver a vida o melhor que pudermos, para viver essa vida linda agora hoje no presente. Vivamos!

BCC

21.06.2021

terça-feira, 15 de junho de 2021

A minha lua de Bernardo



Um helicóptero estava passando pelo céu da escola, vinha repetidas vezes, Bernardo sempre que ouvia, procurava o helicóptero no céu. Até que o helicóptero passou e eu vi a lua, fininha, quase transparente no céu no fim da tarde. Tirei uma  foto e mostrei para Bernardo. Bernardo viu a lua também,  viu na foto, viu no céu,  fininha, pequenina, quase um fio de prata no céu cinzento da tarde nublada. Tiramos outra foto, aumentamos o zoom e a lua ficou ainda mais nítida, Bernardo então foi no gramado, apontou para o céu, pegou a lua, a trouxe em sua mãozinha fechada e me deu. Eu guardei a lua em meu coração, sim, a lua sempre será minha. E, este foi o presente mais lindo do dia.

BCC

Nota reflexiva sobre a disciplina “Imagens, transmissão e sobrevivências: perspectivas educacionais”

  o afeto é revolucionário Sou professora, logo otimista Maria Victoria Benevides   Neste semestre me vi inserida em contextos de disc...