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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Perdoa-me por me traíres - cartas de amor - final


IX.

Meu amor, fico feliz que esteja tentando e tenho certeza que conseguirá, você é muito especial. Quanto ao teu perdão, não me senti ofendido contigo, pois acredito que fui o maior “culpado” da traição. Fui eu quem não percebeu sua angústia, fui quem te amou demais e ao mesmo tempo não conseguiu enxergar que você estava infeliz, quando na verdade, a felicidade da pessoa amada é coisa fundamental. Sinto como se o meu amor por ti me bastasse a mim e eu com ele me esqueci de te olhar, de perceber como você estava. Por isso é que sempre te peço perdão, e gostaria muito que refletisse sobre isso e que se possível me perdoasse, falhei em meu amor, falhei contigo por não te ver e isto é muito grave em um relacionamento.

Perdoa-me por me traíres.

De quem te ama do fundo da alma e por toda eternidade te amará.

X.

Compreendo agora o que quer dizer, você também pode ter tido uma parcela de culpa, mas não foi o maior culpado. Tivemos ambos responsabilidade sobre nossa relação e o fim dela, você quando me amou demais e deixou de me ver, enxergando apenas o seu lado, e eu por ter sido fraca e não ter admitido para mim e para você que já não poderíamos mais permanecer juntos, e ter deixado a traição acontecer.

Te perdoo querido de todo meu coração, pois descobri em mim o início de um sentimento maravilhoso: eu te amo, não o amor romântico de outrora, mas um amor pelo ser humano incrível que você é. Sinto que a cada dia venho exercitando a gratidão pela vida e o amor por tudo, ainda, às vezes é difícil para mim, mas venho progredindo e só posso te agradecer por isso, você sempre foi muito generoso e tudo o que vivemos juntos e agora tudo que você me escreveu está me ajudando muito a me tornar uma pessoa melhor, a viver mais em paz, com leveza e, sobretudo, com amor.

Obrigada querido, tenho certeza que tem um caminho iluminado a frente. Espero que continue sendo essa pessoa maravilhosa repleta de amor e de luz.

De quem te ama do fundo da alma e por toda eternidade te será grata.



BCC

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Perdoa-me por me traíres - cartas de amor - parte IV


VII.

Minha querida, o amor não se entende, se sente. E ao senti-lo, sente-se também a liberdade, isso porque só se pode amar verdadeiramente alguém, se se ama a vida. O amor do qual falo ultrapassa o amor romântico, muito embora para sentir esse último com qualidade é preciso sentir o amor universal - o amor pela vida e por todos os seres que fazem parte de tudo isso. O amor faz bem a quem ama, sinto-me bem te amando e compreendo hoje, depois de muito sofrer, que te amo como ser humano que somos e não mais como minha grande amada, ainda que às vezes isso me machuque um pouco, pois por muito tempo desejei ser seu grande amor, mas nem sempre as coisas são como gostaríamos não é mesmo querida?

Mas peço-te de coração que não fique amarga, não pense no amor como prisão, este sentimento sentido de verdade é o que de mais nobre o ser humano pode se aproximar, não caia nas armadilhas mundanas, nos amores passionais, e tampouco fique frustrada, achando que não poderá amar verdadeiramente alguém, ame-se minha querida, ame-se em primeiro lugar (demorei para aprender isso, mas é algo essencial), ame depois a vida que tem, ame a natureza, o universo, perceberá que amará também aos seres humanos apesar de todas limitações e todos os vícios que ainda existem na humanidade. Poderá então encontrar alguém com quem partilhar suas experiências ou não encontrar, não há problema nisso, pois não se sentirá sozinha nunca, sentindo o amor do universo.

Isso é tudo o que posso dizer, desejo de coração que fique em paz e que ame, simplesmente ame.

Perdoa-me por me traíres.
De quem te ama do fundo da alma e por toda eternidade te amará.


VIII.

Desculpe-me por parecer ingrata e até mesmo inconveniente, agora vejo o quanto você conseguiu crescer com tudo com o que passamos e como ainda estou longe de sentir esse amor tão lindo, vislumbro agora a nobreza deste sentimento universal do qual falou e desejo de todo coração senti-lo algum dia. Estou me esforçando para entender e amar a mim mesma, mas confesso que está muito difícil, não consigo me perdoar por ter feito o que fiz e não consigo entender seu sempre pedido de perdão, fui eu que te traí, sou que devo pedir perdão e não o contrário.

Sempre foi difícil para mim, quando te conheci te achei perfeito e pensei que jamais pudesse conquistá-lo, mas o contrário aconteceu e você se apaixonou perdidamente por mim, eu te amei também, mas com o tempo algo começou a me incomodar e eu nunca soube o que realmente era. Eu sentia vontade de conversar contigo de tentar entender, mas sempre você surgia com alguma surpresa ou algo maravilhoso e eu perdia a coragem de dizer que... que talvez meu amor não fosse suficiente, que eu não te amava tanto assim e com o tempo fui me sentindo mais culpada por não retribuir seu devotamento, comecei a me sentir mal, destruída por dentro e faltava força para te encarar, para me separar, para reverter a situação. Foi quando conheci alguém e em seu olhar me senti mulher de novo, como se eu pudesse recomeçar, deixar aquela parte velha destroçada por não saber te amar e partir para um novo caminho.

Depois, de ficar com ele, no entanto, me senti extremamente fraca e a culpa multiplicou-se em meu coração, jamais podia ter feito aquilo com você, nunca achei certo isso, mas com você parecia ainda pior, logo você, um homem que sempre me amou que me tratava com respeito, carinho, ética...
Sou eu que tenho que te pedir perdão, perdão por não ter tido coragem o bastante para dar um fim naquela situação e evitar sofrimentos e constrangimentos ainda maiores.

Perdoa-me por TE traíres.

De quem foi fraca, mas que está tentando se melhorar e se amar.

Continua...

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Perdoa-me por me traíres - cartas de amor - parte III


V.

Meu amor, você não entende, pois ainda não encontrou seu amado, não encontrou alguém que te faça enxergar o mundo de maneira diferente, alguém que te faça compreender o sentido da vida. Ainda não encontrou o amor verdadeiro. Dói-me dizer-te isso, porque eu queria ser teu amor, ah, como eu desejei isso, mas não se pode forçar o coração, o amor romântico esse que sinto ainda por ti, é tão imprevisível e imperativo como uma criança.
Por isso mesmo não deve se sentir culpada por não ter conseguido me amar como eu te amei e amo ainda, já disse e repito se há um culpado em tudo isso, este sou eu. Hoje vejo o quão errado e imaturo fui ao tentar te prender a mim, a tentar forçar-te a me amar mais do que podia. Você se sentiu presa, acanhada, era natural que tentasse se libertar que fizesse algo só seu, que mostrasse a você mesma e também a mim que você era dona de suas decisões. Eu te entendo e talvez fizesse o mesmo em teu lugar, portanto, peço-te que não se culpe e que por favor ao menos tente, tente perdoar-me. É o que mais quero além da sua felicidade.
Perdoa-me por me traíres.
De quem te ama do fundo da alma e por toda eternidade te amará.


VI.

Ah! Como quero sentir algo assim como você sente e ao mesmo tempo nunca o sentir. Deve ser horrível viver em função de outra pessoa, acordar e dormir pensando nela... eu que sempre prezei pela minha liberdade, não a teria. Chego até mesmo a sentir uma espécie de pena de você (não sei bem se é este o sentimento), não que eu me considere melhor, pelo contrário, parece que você está acima do bem e do mal, que consegue enxergar coisas que os outros não veem. Não, eu não gostaria de estar em teu lugar, perder minha liberdade, perder quem eu sou em função de um outro alguém, sentir-me presa, deve ser terrível. E você ainda diz que o amor, esse amor romântico é maravilhoso, só se acredita que a prisão seja uma maravilha... não, isso não é para mim, não quero ser presa ao amor. Não, definitivamente não, obrigada.

De quem nunca entenderá nem a você nem ao amor.

Continua...

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Perdoa-me por me traíres - cartas de amor - parte II



III.

O único que falhou fui eu, falhei por te amar demais, não quero, portanto que se sinta culpada. Não pude fazer-te feliz e esse era e ainda é o maior desejo – que tu encontres a felicidade, seja com quem for. Percebi que mais importante que o amor correspondido, é a felicidade da pessoa amada, custei para entender isso, mas tudo tem seu tempo, não é mesmo minha querida?!
Fique em paz, e perdoa-me por te fazer sofrer.
Perdoa-me por me traíres.
De quem te ama do fundo da alma e por toda eternidade te amará.


IV.

Não, não, não vou te perdoar por ter te traído, nunca. Este seu pedido é o maior absurdo do mundo, senti-me a pior pessoa por ter feito isso, e ainda me sinto tão mal. Como você pode pedir uma coisa dessas? Como pode ser tão compreensivo, como pode continuar me amando depois de tudo? Como?
Eu não consigo entender, não consigo...

De quem é incapaz de te compreender.

Continua...

domingo, 22 de outubro de 2017

Perdoa-me por me traíres - cartas de amor - parte I


Perdoa-me por me traíres – cartas de amor

Nelson Rodrigues em sua genialidade brasileira escreveu em 1957 uma peça de teatro cujo nome utilizo neste conto: “Perdoa-me por me traíres”, explico o porquê: quando há certo tempo li sua obra, muito me chamou atenção tal sentença que dá o tom da peça, muito embora a história criada por Nelson vá além dessa ideia, como anjo pornográfico, como ele mesmo se denominou, o autor vai por caminhos complexos e demasiadamente humanos com seus personagens.

Não é isso o que faço aqui. Meu conto, portanto, de Nelson, só tem a referência do nome, o que não é pouco, pois a história redigida em cartas sem remetentes aparentes, mas com destino certo, trata sobretudo do amor a partir dessa que considero uma célebre frase que o querido autor nos presenteou – perdoa-me por me traíres.


I.

Eu te amo, sempre te amei e para sempre te amarei.
Meu amor, contudo, não foi suficiente, não foi suficiente para te fazer me amar assim como eu te amo, para me fazer teu ar, a razão de tua vida, para completar teus pensamentos, para viver contigo por toda eternidade. Meu amor não foi suficiente para te fazer feliz, para me fazer feliz ao seu lado, não obstante, não te culpo, a culpa – se é que há culpa – é toda minha, o meu amor afinal é que não foi suficiente.
Peço-te, pois, perdão. Perdão por te amar tanto e não conseguir compartilhar esse amor. Perdoa-me por não te ter feito feliz – esse era o meu maior desejo. Perdoa-me, meu amor, por não te fazer me amar, por ter falhado - nessa que eu considerava minha maior missão – amar e ser amado. Perdoa meu amor incompreendido e, finalmente, perdoa-me por me traíres.

De quem te ama do fundo da alma e por toda eternidade te amará.



II.

Eu juro, juro que tentei. Tentei te amar assim como tu me amas, tentei do fundo da alma, mas não pude, não consegui mandar no amor, não consegui fazer com que ele te escolhesse.
Só Deus sabe o quanto tentei, o quanto persisti, mas não deu para te fazer o ser mais importante para mim, não pude, simplesmente não pude...


De quem tentou te amar, mas falhou.


Continua...

Caótica harmonia

Sexta-feira à noite, setembro, preâmbulo da primavera, espetáculo em  3 tempos, música clássica.  Na última peça, sinfonia número 01 de Schu...