quarta-feira, 28 de junho de 2017

AMOR - I

Amor

Ela estava deitada na cama com os braços sobre o tronco, mãos juntas. Dormia, dormia em um sono profundo tal qual uma princesa adormecida.

Ele não pôde resistir, beijou-a. Em poucos segundos, ela abriu os olhos. Pronto, agora o mundo já poderia acabar tinham conhecido o que muitos levam a vida toda sem encontrar. Conheceram o amor, o puro e verdadeiro amor. Como nos contos de fada, se apaixonaram à primeira vista - era como se eles fossem feitos um para o outro, como se o autor da história tivesse escrito o príncipe para a princesa. Se completavam, se amavam. Sim, o mundo poderia acabar para eles. E era melhor que tivesse acabado mesmo.

Realidade

- Desculpa... Eu estava cansada e acabei adormecendo.
- Tudo bem.
Ela logo sentiu que ele era diferente e queria acreditar nisso. Ele não.
Tirou a roupa e deitou. Ela que estava só de camisola, também se despiu. Não era como das outras vezes, ela sabia que tinha algo diferente, algo especial.
Ele, sempre na dele, esperou alguns minutos calado. Ela também não ousou falar. O silêncio que no início fora reconfortante agora estava assustador. Ele chegou perto dela, beijou seus cabelos, seu pescoço, em segundos já estava dentro dela.
Ela, que não tinha tido coragem de dizer coisa alguma, continuava quieta, tentava olhar em seus olhos, mas ele os fechara.
Ele era especial, era diferente... Agora já tinha de se esforçar para acreditar nisso.
Ele ficou em cima dela durante alguns minutos, sem dizer nada de olhos bem fechados. Depois, levantou pegou suas roupas e foi ao banheiro. Ficou lá por cerca de cinco minutos, já saiu com o dinheiro na mão, deixou-o em cima da cômoda disse tchau e foi embora. Saiu sem dizer mais do que três palavras.
Ela não conseguia acreditar, era a primeira vez que isso lhe acontecera. Estava perplexa.
No começo achava que ele finalmente poderia ser o... Mas depois ele lhe pareceu normal, normal, mas não comum. Talvez fosse apenas diferente e não especial.

Continua...

domingo, 18 de junho de 2017

Vida

Encontrado numa parede de um banheiro público


Vida
                                                      B.C.C

É um emaranhado
Um emaranhado de coisas boas com coisas ruins
Em que nem sempre se sabe
Qual é qual
É um emaranhado
Um emaranhado de sentimentos,
de pensamentos, de falas e ações
Em que a fala destrói os outros
É um emaranhado
Um emaranhado de anjos e diabos
De centauros e sereias
Todos bem disfarçados
É um emaranhado
Um emaranhado de horrores e maravilhas
Dependendo da perspectiva
É um emaranhado
Um emaranhado
De perdidos e achados
De desejos e desistências
Um emaranhado
Um simples e complexo
Emaranhado
31.10.2008


sábado, 3 de junho de 2017

No chão



Joelhos no chão, cabeça e mãos abertas também encostadas no solo. Eu me sinto como uma árvore que espalha suas raízes por cada dedo, por cada parte minha que encosta no chão. O centro de minha testa, o ponto frontal de meu corpo capta a energia do solo, energia revigorante que me lembra que estou materialmente viva, que sou, neste momento, também um corpo. Um corpo vivo, presente, inteiro, um corpo que se curva ao solo para agradecer a dádiva da vida numa tentativa de maior conexão com este que, estando abaixo de nós, é o que nos sustenta a todos.

Como árvore que cresce em rumo ao céu, sem nunca se esquecer de aprofundar suas raízes onde tudo começou. O encontro com o solo, com o chão nada mais é do que o encontro com essas origens. A criança nasce no chão. Tudo nasce do chão.

25.05.2017
No chão(!)
BCC

A realidade extrapola a imaginação

Foi me dito que a realidade extrapola a imaginação, e, confesso que isso me tocou de alguma sorte, logo eu, que sou toda imaginação, que ado...