sábado, 3 de junho de 2017

No chão



Joelhos no chão, cabeça e mãos abertas também encostadas no solo. Eu me sinto como uma árvore que espalha suas raízes por cada dedo, por cada parte minha que encosta no chão. O centro de minha testa, o ponto frontal de meu corpo capta a energia do solo, energia revigorante que me lembra que estou materialmente viva, que sou, neste momento, também um corpo. Um corpo vivo, presente, inteiro, um corpo que se curva ao solo para agradecer a dádiva da vida numa tentativa de maior conexão com este que, estando abaixo de nós, é o que nos sustenta a todos.

Como árvore que cresce em rumo ao céu, sem nunca se esquecer de aprofundar suas raízes onde tudo começou. O encontro com o solo, com o chão nada mais é do que o encontro com essas origens. A criança nasce no chão. Tudo nasce do chão.

25.05.2017
No chão(!)
BCC

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