Olhou mais adiante e não
conseguiu acreditar no que via, era perfeito, não, eram perfeitas. Eram rosas,
as mais belas que ele já vira, grandes, graúdas com uma cor que ainda não
existia, uma mistura de salmão com cor de rosa. Lindas, elegantes,
encantadoras, suaves e poderosas ao mesmo tempo.
Foi amor à primeira
vista. Ele se apaixonou por aquelas criaturas tão frágeis e tão fortes que
conseguiram crescer dentro daquele lugar pequenino com tão pouca terra. Ele não
sabia como elas foram nascer ali, mas também não importava, já as amava com
tanta intensidade que era capaz de fazer loucuras para que elas continuassem a
fazer do mundo um lugar mais belo.
Ficou contemplando-as até
o anoitecer, quando se despediu e foi para a frente da casa. Sentou em um banco
e pôs-se a escrever iluminado por um poste de luz, queria escrever algo para
elas, suas amantes (não poderia chamá-las de irmãzinhas, elas eram muito mais).
Não conseguiu escrever, as palavras não puderam descrever tal beleza e
perfeição.
Entrou em casa, em seguida,
sua mulher chegou, ele bem que tentou falar das rosas, mas de novo não pôde, guardá-las-ia
só para si.
A partir daquele dia,
gastava grande parte de seu tempo com elas, por vezes apenas contemplando-as,
outras conversava com elas. Tentou escrever novamente, mas mais uma vez não
obteve sucesso, decidiu, pois, que as pintaria. Começou o quadro, mas não
conseguia finalizá-lo, sempre encontrava algum defeito, a perfeição em si não
podia ser alcançada. Trabalhou, trabalhou por muito tempo, até que por fim
deixou-o de lado.
Certa tarde teve uma
surpresa...
Continua...