O primeiro quadro era da
sua própria casa e como ficara perfeito, um fiel retrato da linda casa com suas
flores nas janelas, na porta, no jardim. O segundo tratava-se de uma cena que
ele havia presenciado – mãe e filhos passeando pelas aconchegantes ruazinhas da
cidade. A mãe empurrava um carrinho com uma adorável criaturinha sorridente que
mais parecia uma boneca. O mais velho andava, pulava e saltitava na frente das
duas, deveria ter uns seis anos e como seus olhos e sorriso brilhavam. Ele se
encantou com tal cena e tratou de pintá-la nos mais íntimos pormenores.
Além de pintar e
escrever, ele também cuidava, agora do jardim. A velhinha, dona da casa,
aparecera dois dias depois da sua chegada e lhe ensinara todos os truques de
jardinagem. O homem adorava sua nova função, cuidava de suas irmãzinhas (era assim
que chamava as flores desde então) com o maior cuidado.
Um dia a tardezinha, ele
resolveu ir atrás da casa, lá o sol repousava e aquecia a mesinha e as diversas
flores que ali também se encontravam. Sentou e tentou escrever sobre
as mais mágicas cenas que lhe enchiam a mente.
Não conseguiu focar sua atenção,
a cada momento se distraia com o canto de algum passarinho, com um raio de sol
que apontava para uma espécie de celeiro que havia mais aos fundos. Decidiu acompanhá-lo, levantou e seguiu em sua direção, ainda não havia entrado ali, a
velhinha lhe dissera que seu filho costumava guardar bugigangas naquela “casinha”.
Abriu a porta de madeira,
uma luz intensa atingiu-lhe os olhos, procurou identificar de onde vinha, no
teto do lugar havia um buraco por onde o sol entrava, aquele danado estava
presente em cada pedacinho de vida da cidadezinha.
Olhou mais adiante e não
conseguiu acreditar no que via, era perfeito...
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário