quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Rosas - parte II


O primeiro quadro era da sua própria casa e como ficara perfeito, um fiel retrato da linda casa com suas flores nas janelas, na porta, no jardim. O segundo tratava-se de uma cena que ele havia presenciado – mãe e filhos passeando pelas aconchegantes ruazinhas da cidade. A mãe empurrava um carrinho com uma adorável criaturinha sorridente que mais parecia uma boneca. O mais velho andava, pulava e saltitava na frente das duas, deveria ter uns seis anos e como seus olhos e sorriso brilhavam. Ele se encantou com tal cena e tratou de pintá-la nos mais íntimos pormenores.

Além de pintar e escrever, ele também cuidava, agora do jardim. A velhinha, dona da casa, aparecera dois dias depois da sua chegada e lhe ensinara todos os truques de jardinagem. O homem adorava sua nova função, cuidava de suas irmãzinhas (era assim que chamava as flores desde então) com o maior cuidado.

Um dia a tardezinha, ele resolveu ir atrás da casa, lá o sol repousava e aquecia a mesinha e as diversas flores que ali também se encontravam. Sentou e tentou escrever sobre as mais mágicas cenas que lhe enchiam a mente.

Não conseguiu focar sua atenção, a cada momento se distraia com o canto de algum passarinho, com um raio de sol que apontava para uma espécie de celeiro que havia mais aos fundos. Decidiu acompanhá-lo, levantou e seguiu em sua direção, ainda não havia entrado ali, a velhinha lhe dissera que seu filho costumava guardar bugigangas naquela “casinha”.

Abriu a porta de madeira, uma luz intensa atingiu-lhe os olhos, procurou identificar de onde vinha, no teto do lugar havia um buraco por onde o sol entrava, aquele danado estava presente em cada pedacinho de vida da cidadezinha.


Olhou mais adiante e não conseguiu acreditar no que via, era perfeito...

Continua...

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