sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Perdoa-me por me traíres - cartas de amor - parte III


V.

Meu amor, você não entende, pois ainda não encontrou seu amado, não encontrou alguém que te faça enxergar o mundo de maneira diferente, alguém que te faça compreender o sentido da vida. Ainda não encontrou o amor verdadeiro. Dói-me dizer-te isso, porque eu queria ser teu amor, ah, como eu desejei isso, mas não se pode forçar o coração, o amor romântico esse que sinto ainda por ti, é tão imprevisível e imperativo como uma criança.
Por isso mesmo não deve se sentir culpada por não ter conseguido me amar como eu te amei e amo ainda, já disse e repito se há um culpado em tudo isso, este sou eu. Hoje vejo o quão errado e imaturo fui ao tentar te prender a mim, a tentar forçar-te a me amar mais do que podia. Você se sentiu presa, acanhada, era natural que tentasse se libertar que fizesse algo só seu, que mostrasse a você mesma e também a mim que você era dona de suas decisões. Eu te entendo e talvez fizesse o mesmo em teu lugar, portanto, peço-te que não se culpe e que por favor ao menos tente, tente perdoar-me. É o que mais quero além da sua felicidade.
Perdoa-me por me traíres.
De quem te ama do fundo da alma e por toda eternidade te amará.


VI.

Ah! Como quero sentir algo assim como você sente e ao mesmo tempo nunca o sentir. Deve ser horrível viver em função de outra pessoa, acordar e dormir pensando nela... eu que sempre prezei pela minha liberdade, não a teria. Chego até mesmo a sentir uma espécie de pena de você (não sei bem se é este o sentimento), não que eu me considere melhor, pelo contrário, parece que você está acima do bem e do mal, que consegue enxergar coisas que os outros não veem. Não, eu não gostaria de estar em teu lugar, perder minha liberdade, perder quem eu sou em função de um outro alguém, sentir-me presa, deve ser terrível. E você ainda diz que o amor, esse amor romântico é maravilhoso, só se acredita que a prisão seja uma maravilha... não, isso não é para mim, não quero ser presa ao amor. Não, definitivamente não, obrigada.

De quem nunca entenderá nem a você nem ao amor.

Continua...

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