sábado, 27 de janeiro de 2018

Um passarinho pousou em minha janela


Um passarinho pousou em minha janela, agora. Foi um ínfimo de segundo, mas foi uma adorável surpresa, estava escrevendo, viajando em um outro mundo quando o ouvi, um piar doce e pertinho, pertinho, levantei a cabeça e olhei e lá ele voou, acho que era bem-te-vi ou a sua versão miniatura, vi o peito amarelo de relance. Fiquei extasiada, um passarinho pousou em minha janela, poderia haver um presente mais belo para essa tarde de sábado?

Dá até vontade de chorar, o que confesso não é difícil para mim, sou um oceano inteiro de lágrimas, mas é tão lindo isso, é tão lindo, tão simples e até mesmo banal, pássaros pousam em diversos lugares em diversos momentos, mas eu nunca havia visto um aqui assim tão pertinho, eles vem na varanda de vez em quando, bebem água e às vezes até fazem cocô em nossa grade, mas sua bela presença na minha janela, isso nunca, não até hoje.

Eu mesma se fosse pássaro iria pensar mil vezes antes de pousar na janela de um ser humano, infelizmente não se pode confiar em qualquer um. Aqui ele estaria seguro, se tivesse ficado um pouco mais, jamais me aproximaria, talvez, é verdade tentaria tirar uma foto, de longe mesmo, mas pensando agora, por que faria isso? Para captar a beleza do momento? Ou só por tirar foto, porque tirar fotos hoje parece ser uma mania universal?


Não, não quereria tirar foto do passarinho na minha janela. Capto a beleza do momento com meu coração que bateu mais rápido ao ouvi-lo e vê-lo tão pertinho, capto a beleza do momento com minhas palavras que ecoaram rapidamente de minha alma para o computador (já estava a escrever mesmo, não é?), capto e guardo a beleza do momento, da vida, do doce piar de um bem-te-vi em minha alma que se regozija com a simplicidade e a beleza do mundo e da natureza.

BCC
27.01.2018

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