“ O sistema de
numeração romano é muito bom, não fosse pela ausência do zero. Os romanos não possuíam
o sinal para o zero, porque não precisavam representar o nada...”
0.
Eu era tudo o que precisava ser. Reinventava,
redefinia coisas com as quais não concordava, eu acreditava em tudo que queria
acreditar. Eu era dona da verdade, da minha verdade.
Eu fazia apenas o que desejava,
ficava perto do que me agradava.
Eu era feliz.
Eu tinha meu mundo e faziam parte
dele apenas quem eu permitisse.
Eu era tudo.
Tudo que eu queria ser:
Eu era a arte
Eu era a poesia
A música
A dança.
Eu era o céu, a noite
A lua
A estrela
Eu era a estrela, a estrela que
mais brilhava.
Mas um dia o meu mundo acabou.
Acabou como um momento que jamais
voltará.
Acabou como a vida que não
acontecerá novamente.
Acabou como uma palavra não dita e
que jamais será pronunciada.
E eu sem meu mundo era nada.
Sentia um vazio tão grande
Um vazio que nem mesmo as
lágrimas puderam preencher
Eu era nada
Não tinha nada
Foi aí que eu morri.
Morri.
Não havia outra solução
Era uma alma vagando por um mundo
que não me pertencia, habitava um corpo que meu espirito não reconhecia,
derramava lágrimas que meus olhos não desejavam.
Eu tremia.
Sentia frio, independente de como
o mundo estivesse.
Não controlava meus movimentos,
minha respiração falhava.
Tudo em mim não era meu.
Eu não tinha nada
Eu nada era.
Meu mundo agora não passava de
lembranças
Minha felicidade era passado
A arte nada me dizia
E as estrelas...
Ah, as estrelas não passavam de astros
nos céus.
BCC
continua...
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