A medida que chegava
perto da fonte, mais ela me parecia encantada. Quando estava bem pertinho,
olhei suas águas, não era possível ver o fundo. A fonte era feita de um
material bem escuro, por isso ao mirar suas águas tinha-se a impressão de que
eram escuras e profundamente infinitas.
Senti uma vontade
imensurável de entrar, pensei que não teria coragem como das outra vezes, o
contrário, porém, aconteceu, antes que pudesse pensar demais, tirei minhas
roupas e mergulhei. Não sei quanto tempo fiquei absorta debaixo d’água até
que... alguém entrou.
- A senhora está bem?
- Não poderia estar
melhor!
- A senhora tem
certeza?... É que eu estava passando e vi as roupas no chão, sei lá pensei o
pior...
Não sei se acreditei no
que ele disse, mas aquela situação não me desagradava, por isso continuei:
- Há muito tempo tenho
vontade de entrar e hoje finalmente tive coragem.
- E eu atrapalhando a
senhora ... – disse ele sem graça.
- Não! Imagina, pelo
contrário, sinto-me uma sereia diante de meu príncipe!
- Ora, até parece, príncipe
eu?
Nesta hora, pude ver um
sorrisinho maroto naqueles lábios que me enlouqueciam, respondi:
- Sim, porque não, você não
quer ser meu príncipe?
Vi em seus olhos que
estava um pouco sem jeito, vi também uma mistura de dúvida, desejo e pena.
Resolvi ignorar essa última. Aproximei meus lábios dos seus e em poucos minutos
o enfeiticei para debaixo das águas.
Não sei quanto tempo
ficamos ali, só sei que não poderia viver novamente, não depois de virar sereia.
Fim.
BCC
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