sábado, 15 de julho de 2017

AMOR -III


Expectativa

Se arrumou e saiu. Hoje ninguém havia ligado, quer dizer ninguém sem importância. Porque ele, ele era diferente e sim, era especial. Almoçariam amanhã, ela não conseguia parar de pensar nisso. Estava tão ansiosa e tão feliz. Nada nem ninguém tirariam isso dela. Foi para a rua.
Ficou uma hora até que aparecesse um cara. Era grosseiro e estúpido, mas tinha dinheiro, bastante dinheiro. Ficaram juntos duas horas, ele aproveitou tudo o que podia. Ao menos lhe havia pagado bem.
 Estava cansada, esgotada, mas feliz – agora só tinha que dormir e esperar o amanhã chegar. Ah! Como queria que o amanhã chegasse logo. Foi para casa.

Hoje

Acordou quinze para as dez, tomou banho e se arrumou. Antes de ficar pronta, porém, provou dezenas de roupas, finalmente escolheu uma, seu coração já batia tão forte que estava com medo de perdê-lo. Saiu.
No caminho, ficou repassando todos os momentos desde que se conheceram. Pensava também o que falaria. Ah! Como estava ansiosa.
Chegou.
Entrou no pequeno restaurante, era aconchegante. Sentiu-se um pouco mais calma, passou os olhos rapidamente em todas as mesas. Não, ele ainda não havia chegado, mas chegaria, sim? Pela primeira vez a dúvida assolou-lhe a mente. Sentou-se em uma mesa no canto, esperaria por ele até seu coração mandar.
Não se passaram mais do que dez minutos e seu príncipe apareceu na porta. Assim como ela fizera, procurou por todas as mesas até encontrá-la. Estava tão nervoso quanto ela, mas escondia melhor seus sentimentos.
- Desculpe-me pelo atraso. Estava me esperando por muito tempo?
A vida toda, pensou em dizer, mas logo voltou para realidade.
- Não, não. Na verdade, eu que cheguei mais cedo, você não está atrasado.
Cumprimentou-a beijando sua face e depois se sentou.
- Já sabe o que vai pedir?
- Estou em dúvida entre o molho branco e o verde.
- O verde é o meu preferido, podemos dividir. O que acha?
- Sim, claro!

- Ok! Garçom?!

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Eu não morri

  Eu não morri. Aquela que você achou que morreu ou que eu tinha matado, não morreu. Eu nunca morri. E, no entanto, morremos todos, todos...