quinta-feira, 15 de março de 2018

Dos sustos o menor



A mim não importava que a porta batesse, seria um barulhão, é verdade, mas nada demais. Mas a ela, minha Nalinha, deitada esparramada no chão do quarto, dormindo acordada preguiçosamente, a ela o barulho seria terrível, consigo vê-la pulando e quase alcançando o céu, por muito menos ela se assusta e salta exageradamente de onde dorme. A ela o susto seria formidável, então quando vejo a porta se movendo em direção ao batente com o vento incentivando seu movimento rápido e preciso, salto meio sem jeito da cama e corro para evitar o inevitável. Nala me olha um pouco assustada, mas não a ponto de se levantar de seu caprichoso descanso, olha-me nos olhos como que perguntando “o que foi? Preciso me exaltar? O que foi Bubu?”. Não tenho tempo de responder, chego a porta quase a ponto de não evitar seu sobressalto, mas consigo! A porta não bate,  e Nala está a salvo de um grande susto, deitava estava deitada continuou, abaixo-me agora livre de perigos, e faço um carinho em seu corpinho macio, ela relaxa ainda mais e ensaia fechar os olhos, o pequeno susto de me ver levantar correndo e o meu esforço até a porta valeram a pena, a pequena preserva sua paz – dos sustos o menor.

BCC
15.03.2018


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