terça-feira, 28 de abril de 2020

AMARELO


O que é isso?
É AMARELO
O quê?
A-MA-RE-LO
Como?
AMAR-ELO
Meu cabelo AMARELO
Com o sol AMARELO
No dia AMARELO de hoje
No brilho AMARELO da esperança
Da manhã que nasce apesar de tudo
E, eu, AMAR.ELA
Me encanto e poetizo
O amor AMARELO
deste dia tão belo
BCC
28.04.2020

domingo, 12 de abril de 2020

luz



Olho para a janela e vejo a água, nela brilha uma luz, o reflexo de parte do poder do Sol.  É um pequeno ponto de luz que brilha – o Sol não é deste tamanho, sua luz é muito maior, mas ali, naquela água, silenciosa e silenciada pelo frio e pelo esvaziamento de gente, ele está pequeno, empresta parte de sua luz apenas, a parte necessária.

Em outro local, há outro ponto de luz, é uma pequena janela que brilha, de novo, ele está lá em uma pequena parte somente.

Apesar de sua imensidão, o Sol com seus raios sabe pousar sua luz no tamanho e na intensidade necessárias. Onde houver escuridão, haverá luz, na medida certa, no tempo certo. Com humildade e amor, com respeito e sensatez.

Às vezes é preciso muita luz para acalmar a dor. Outras vezes muita luz afugenta, ofusca, assusta – é preciso dosar, equilibrar até mesmo a luz.

Isso é amor, isso é sabedoria.


BCC

11.04.2020

quarta-feira, 1 de abril de 2020

há Luz







Ao acordar, depois de minha reza, abro a janela e vejo a luz. Um clarão que ofusca meus olhos me encontra, me esforço e olho e vejo um foco luminoso em meio a brancura das nuvens, segundos depois, a luz dourada se torna mais intensa e vejo com mais dificuldade, que já quase não há mais nuvens apenas a luz dourada no céu azul claro, mais alguns segundos e qual não é minha surpresa, todas as nuvens que o escondiam partiram, agora tudo é luz, o sol reina absoluto em sua grandeza, é possível enxergar a esfera luminosa e radiante que espalha seus raios de luz para a vida na Terra.

Tiro, encantada, da experiência, uma lição que me toca ao coração – sempre há luz, por mais encoberto que o céu esteja, sempre há luz.

Às vezes, é verdade, não a podemos ver, as nuvens são muitas e encobrem tudo o que há em tons de branco e cinza, outras vezes outras nuvens são espremidas pelo choque térmico e se fazem chover sem parar... não vemos o astro- rei em sua magnitude, não vemos seus raios dourados a nos iluminar, mas Ele está lá, Ele sempre está lá.


BCC

01.04.2020



segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

(meu) beijo da Ana


(meu) beijo da Ana

Ela é linda e sabe disso, é de uma energia estonteante, que faz cambalear o mais forte dos corações, sua voz grave escorre em cada pedacinho de meu ser, me arrepiando os dourados pelos que cobrem sutilmente o corpo, quando a vejo, quando a ouço, a quero pra mim.

Fui, pois, a ouvir cantar, fui vê-la no lugar em que mais brilha e se sente a vontade, e, que linda ela, lá em cima, que linda sua voz, seus olhos se fechando a cada tom mais grave, sua boca que engolia qualquer dúvida e trazia amor por entre timbres e tons.

Fui, é verdade, engolida por ela, me voltou a imaginação de anos atrás quando menina moça não sabia o que queria, mas inconscientemente talvez já a quisesse. E essa imaginação, ah tão conhecida imaginação me levou de volta à ela, de um jeito diferente agora, mais mulher, dona de mim e de meus desejos, mas também imatura talvez até mesmo por esse desejo ... imaginei mesmo assim, não pude evitar.

E assim foi, na hora final, não sei como a alcancei (uma das vantagens de imaginar, não precisar saber como tudo ocorre), continuando, a alcancei no meio de um turbilhão de fãs apaixonadas que estendiam as mãos e gritavam em sua direção, tiravam fotos, davam presentes, eu, que não sei como cheguei ali, porque não sei estar em meio a tanta gente, estendo minha mão meio sem fé, mas com total confiança – contraditória como qualquer ser humano – e assim de repente a vejo pegar o envelope preto que segurava quase desesperada no alto da multidão, ela o pega, parece ler rapidamente e o entrega para um moço de sua equipe.

Meu coração relaxa por um milésimo de segundo, o ar volta aos meus pulmões e meus ombros se abaixam num sinal de alívio, saio dali, me afasto do afeto entusiasmado daquelas que a amam tanto de uma maneira que nunca entendi.

Minha parte foi feita, quase que como uma missão impossível, para mim, sendo quem sou, de fato, era dificílimo entrar ali no gargarejo com tanta gente. Mas fiz – consegui entregar o envelope que em letras prateadas garrafais diziam: me deixa te dar um abraço apertado? Com o número do meu telefone discretamente posicionado no canto inferior direito.

Não sei se ela leu, tão pouco se iria atender ao meu pedido. Dentro do envelope meu texto, de outros carnavais, de outras imaginações, mas tão real e poético, tão simbólico e sutil, tão meu ainda hoje. Queria muito que ela o lesse, aqui nessa história e na outra da vida dita real. A(h),C! ...

De qualquer forma, saí dali aliviada, fiquei mais afastada, não muito longe, a vendo cantar ainda a última música que acompanhava com os lábios apenas, meu coração de tranquilo foi para o ápice da ansiedade, será que ela leu meu pedido imediato e de carinho, será que me atenderia...

Os agradecimentos foram feitos, ela sai, eles saem, todos estão saindo, eu, não. Eu fico, esperançosa, ansiosa, iludida, mas fico. Fico com o celular em punho, até que surge uma mensagem, uns dez minutos depois da dispersão, aqui é fulano quer vir no camarim dela dar o abraço? Minha mente se cala por um instante, depois triunfante berra em meus ouvidos que como todo meu corpo parecem em síncope – deu certo!!

Respondo prontamente acordada por minha cabeça que só quer a ver, logo, rápido, o mais depressa possível. Ele aparece e me conduz ao camarim, chego e há uma pequena fila de fãs, umas quatro ou cinco meninas embevecidas, choram, pedem autógrafos e tiram foto, dizem que a amam.

Eu espero. Observo, porque faz parte da minha natureza observar, observo as meninas, o lugar, as pessoas ali presentes, e, sobretudo, ela que atende as meninas com simpatia e decoro, faz parte de seu trabalho, sim, aquilo também é trabalho. O meu abraço também seria trabalho?

As meninas vão embora, uma a uma, fico eu em sua presença desconcertante, chego perto dela sorrindo, porque é impossível não sorrir, ela sorri discreta, vamos tirar uma foto, diz educada, respondo , quase sem querer, sim a foto, mas quero um abraço bem apertado.

Você é a menina do abraço, ela diz, como se me conhecesse e meu coração se enche de alegria. Sou eu. Ela abre os braços e eu entro neles, envolvo-a com todo meu afeto, Obrigada digo, Obrigada por você existir, por ser quem é e pela energia tão louca que emana. Ela me aperta um pouco mais, depois me afasta dela, olha para mim com aqueles olhos que me desnudam a alma, Obrigada pelas palavras e pelo carinho diz sorrindo e sinto que de alguma forma, pequena que seja, o que eu disse a tocou.

De meus olhos saem lágrimas, porque sou assim, choro como manifestação da minha existência, choro com coisas lindas, e, ela é tão linda. Ela olha pra mim, de novo, tá tudo bem diz baixo, como se pudesse falar baixo com aquela voz – e pode, como pode.
Respondo que é muito louco aquilo tudo, o que eu sinto por ela, porque não sei ser fã, embora esteja sendo, eu só gosto dela, sinto um carinho e uma atração imensos por ela, pelo ser que ela é, mesmo não a conhecendo e isso é tão doido. Digo rapidamente que ela foi a primeira a povoar minha imaginação, a despertar desejos que eu não conhecia, a desabrochar a mulher que hoje sou e a agradeço por isso.

Ela me olha surpresa, sorri com os olhos e com a boca, que boca, que olhos... Fico feliz que tenha te ajudado mesmo sem saber, diz finalmente. Depois, volta com sua educação e me lembra da foto, dou o celular para alguém da produção e me posiciono a seu lado, ela sorri seu sorriso habitual, eu sorrio, olhando-a.

Me entregam o celular, ela me olha e diz de um jeito carinhoso, mais um abraço, pergunta, já me abraçando, respondo me deixando envolver por seus braços, sentindo seu cheiro, apertando com meu coração de menina, seu coração de mulher. Obrigada digo mais uma vez em seu ouvido, sinto sua respiração e essa é a melhor sensação.

Ela se afasta devagar, ficando ainda muito próxima, nossos rostos estão pertíssimo, ela pega em meu queixo e encosta seus lábios nos meus, eu não posso acreditar, não sei mais onde estou, quem sou, só sinto meu coração bater tão rápido como se quisesse ele mesmo sair pela minha boca e encostar seus lábios nos dela. Não, coração, são os meus lábios que recebem o beijo dela.

Ficamos assim por um longo tempo que parece breve demais, quando ela me solta, sorrio e ela sorri aquele sorriso de mulher, que sabe bem o que faz. Uau digo involuntariamente, gostou pergunta sacana, e meus lábios vermelhos, respondem quase sem querer, sabendo muito bem o que querem. Sim, posso retribuir?.

Sorrio triunfante, também sou mulher, também sei o que quero.

Você precisa ir, menina. Ela diz, me transformando em menina de novo. O produtor já me conduz apressado para a porta.

Quando ela diz, espera e estende sua mão em minha direção , volto meu corpo para onde ela está, entrego minha mão a ela, ela a pega com força e suavidade, me puxa para si, diz baixinho sorrindo aquele sorriso sacana, deixa ver se eu te ensinei bem na sua imaginação.

Sorrio, com a boca, com os olhos, com todo meu corpo, é claro que ensinou, penso, mas não digo nada, apenas aproximo minha mão de seu rosto, tiro um fio de cabelo delicadamente, e, vou devagar me achegando a ela, porque a vida é breve e o amor mais breve ainda. Encosto meus lábios nos seus, beijo pequeno e devagar, sorrio olhando para ela, ela me olha de volta, a beijo de novo de leve, repetidas vezes, sutil e deliciosamente, até que meus lábios se abrem e minha língua encontra a dela, o encaixe perfeito se dá, vamos e voltamos num movimento urgente e quente, nada mais existe. Meus dedos passeiam por sua pele, seguro seu rosto com força, ela segura o meu, invade meus cabelos de forma selvagem e se deixa ficar. Ficamos por uma pequena eternidade ali, juntas pegando fogo.

Quando nos afastamos, sorrimos. Tchau menina, ela diz, me desejando como mulher. Respondo dizendo obrigada, e recomendo que leia o texto do envelope, digo que acho que ela vai gostar. Poeta que sou nunca me esqueço do texto.

Ela faz que sim com a cabeça sorrindo e não a vejo mais.

Poderia ter continuado com a imaginação, confesso que até quis, mas não pude, por respeito a mim e a ela – tenho dessas coisas. Chega, por ora, de imaginar.
BCC 
02.12.2019

terça-feira, 30 de julho de 2019

Não esquece de falar que isso também é amor

Não esquece de falar que isso também é amor

Isso o quê?

A conversa solta, o encontro de almas,  a intimidade presente como se tivéssemos falado ainda ontem?

Isso o quê?

O carinho que eu sinto, o amor que você sentiu e que se foi sem jamais deixar de ir?

Isso o quê?

O desejo que dê tudo certo pra mim e pra você, que a paz e a felicidade te acompanhem por todas suas existências?

Isso o quê?

A gratidão que sentimos por tudo, a risada gostosa, as fotos secretas que só você pode ver? Porque já viu meu corpo, já viu minha alma e já me deixou ver.

Não, não esqueço não de falar... isso é amor, amor de alma, amor de gente que se encontrou no meio de tanta gente e que se desencontrou para seguir seus caminhos sem no entanto nunca deixar de (se) amar.

Pode deixar, eu não esqueço de falar que isso também é amor.

BCC
29.07.2019

domingo, 21 de julho de 2019

O que você vê da janela do seu banho?



Eu vejo o céu mudando de cor, me mostrando seus infinitos tons de azul, vejo as nuvens sendo nuvens e sendo montanha, pássaros e mar.

Vejo as luzes dos prédios se acendendo a procura da escuridão da noite que vem chegando caprichosa e lentamente, pressa pra quê, a natureza vive a nos falar...

Vejo o escuro chegando e o cheiro de noite adentrando, um ar que vai ficando frio e acariciando quem por ele se deixa tocar, vejo a vida sendo vida com o tempo a lhe orquestrar, vejo enfim eu mesma na janela do lado de cá, com tudo isso a contemplar.

BCC
21.07.2019

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Carta ao Brasil


Meu querido Brasil!

Acho que você já sabe o quanto te amo. Sinto-me muito feliz em ter escolhido você para ser minha pátria, meu lar. Sou muito grata pelo clima, pelas árvores, o sol e a chuva que vêm aqui nos visitar constantemente. Sou grata por essa terra abençoada que acolhe nossas florestas e plantações, grata por nossos animais e sua exuberante beleza, por todas as frutas, legumes, verduras e grãos, especialmente o feijão! Como eu amo feijão!

Obrigada também pelos campos, pelas praias maravilhosas e o esplendido mar que aqui faz sua morada. Obrigada pela água doce abundante que você abriga e faz florescer, pelos rios, cachoeiras, lagos. Pelas lindas flores, por este cheiro tão bom de mato e terra molhada. Obrigada por deixar nascer em sua terra abundante o eucalipto cujo cheiro é maravilhoso e eu amo tanto. Obrigada pela beleza de toda a natureza, obrigada pela beleza de toda sua gente.

Brasil, sua gente é linda! Colorida, diferente, única! Você acolhe pessoas de todos os lugares e faz da sua terra seus lares. Obrigada por sua generosidade! Há tanto amor aqui, tanta música – obrigada Brasil por acolher o tambor da África e fazer dele seu instrumento preferido, obrigada por misturar e integrar gente de todo tipo, de todas as crenças, de todas as cores. Brasil, você é abundante até em sua gente!

Sei que aqui, meu Brasil, ainda há também gente que não se preocupa com a gente, sei que temos grandes problemas, mas o amor que você nos oferta é maior ainda e sei que aos poucos vamos redistribuindo, espalhando e contagiando a todos com esse amor.

Há muita gente que já faz isso e sou grata também a esses brasileiros que lutam pela sua gente, que amam mais, que ajudam mais e que não desistem de você, meu Brasil e de toda sua abundância em beleza, amor e bondade.

Vamos juntos, Brasil, vamos cada dia mais aprender a viver melhor, a amar, a cuidar de nós mesmos e de você, de sua terra tão linda e de todos que a habitam.

Gratidão Brasil! Eu te amo e amo viver aqui, no meu lar!

Sempre sua,
BCC

Caótica harmonia

Sexta-feira à noite, setembro, preâmbulo da primavera, espetáculo em  3 tempos, música clássica.  Na última peça, sinfonia número 01 de Schu...