histórias, amor, poesias, contos, amor, inspiração, escritos, pensamentos, amor.
segunda-feira, 30 de setembro de 2024
A escola para Artur
domingo, 30 de junho de 2024
Nota reflexiva sobre a disciplina “Imagens, transmissão e sobrevivências: perspectivas educacionais”
o afeto é revolucionário
Sou professora, logo otimista
Maria Victoria Benevides
Neste
semestre me vi inserida em contextos de discussões, pensamentos e diálogos que
muito me tocaram, mexeram comigo não só em um nível acadêmico, mas também numa
perspectiva mais profunda, íntima mesmo, me vi, em duas disciplinas, conversando
com autoras e autores dos mais diversos tempos e lugares, mas que traziam em
comum, o sentimento de necessidade, necessidade de entender, compreender,
denunciar, transformar essa humanidade que somos e não somos.
Vi
mais de perto e pude sentir, ainda que numa perspectiva epistemológica que a
mim me tocou também a alma, o quão cruel essa humanidade foi, pode ser e ainda
é, quantas camadas nos formam e nos escapam ao mesmo tempo, quantos crimes
contra nós mesmos foram e ainda são cometidos.
Vi
também e senti o quão potentes nós também fomos, somos e podemos ser, quanta
luta foi enfrentada e ainda é, como a arte, a escrita, a educação, a academia,
as pesquisas, as imagens, as memórias podem nos trazer de volta, de volta de
uma humanidade perdida, de volta à uma humanidade que toca o real e que
questiona, que luta, que aprende, que ama – naquilo que o amor pode ser e é o
mais revolucionário – o poder de nos permitir ver e ser seres humanos dignos de
respeito uns para com os outros, para com a vida de uns e de outros, de todos e
de cada um.
Os
textos propostos me fizeram arder por dentro de alguma forma como nos diz Didi-Huberman[1],
arder como as imagens quando tocam o real, as discussões em sala, as imagens projetadas,
o acolhimento e a disponibilidade da professora Fabi, a aula magna com a professora Maria Victoria
Benevides, os cravos recebidos, a caminhada ao Monumento aos mortos e
desaparecidos da USP, as visitas, sobretudo, ao bairro da Liberdade, que me
tocou tanto, que após essa experiência quaisquer outras tentativas de reflexões
para o trabalho final falharam categoricamente. Precisava escrever sobre essa
experiência, como necessidade poética e política, no sentido de urgência de
vida como nos brinda Rilke em suas Cartas a um jovem poeta.
Todas
essas experiências do semestre me foram muito significativas, me fizeram
refletir, me causaram dor, indignação por um lado, e ao mesmo tempo, visto que
a contradição é o sobrenome da humanidade, me causaram também esperança, uma
genuína, embora por vezes cansada, vontade de continuar, de estudar, pesquisar,
escrever mais, de viver lutando as lutas cotidianas com poesia e amor (pois que
essas são minhas principais armas), de continuar questionando, de continuar
buscando ser melhor, viver melhor, com quem está ao meu lado no dia a dia, a
revolução é viral, me disseram, é no miúdo das relações ordinárias que as
grandes transformações se iniciam, é no cotidiano que tocamos o real, que o
afeto é revolucionário, e é aí, precisamente, que está a minha revolução.
À professora Fabiana
Jardim, minha gratidão.
Bruna Cadenas Cardoso
Junho de 2024
[1]
Didi-Huberman, Georges. Quando as imagens tocam o real. Pós, Belo Horizonte,
v.2, n.4, pp.204-
219, nov. 2012.
domingo, 19 de maio de 2024
Sobre alguns dias de abril e maio
I.
Foi um quase amor.
Seria complexo, intuo.
O universo então me apresentou a lição.
Com carinho e intensidade.
Exigindo de mim coragem e humildade.
A tentação de alimentar ainda se apresenta, mas seguirei firme se Deus quiser.
A lição volta até que o aprendiz aprenda a lição.
04.05.2024
sexta-feira, 29 de março de 2024
A realidade extrapola a imaginação
Foi me dito que a realidade extrapola a imaginação, e, confesso que isso me tocou de alguma sorte, logo eu, que sou toda imaginação, que adoro pensar e escrever histórias, que vejo poesia em toda parte, que olho o mundo com olhos encantados e crio a partir dele, com ele, para além dele. Mas a vida fala mais alto diz uma voz em meu interior já faz um tempo, a vida, aqui, não poderia quiçá representar a tal da realidade, essa realidade que extrapola a imaginação?
Talvez sim, não há mesmo como negar
a urgência da vida, do real, do tempo presente, que também é passado e futuro
de forma contínua. Não há como negar o ser, o ser que pretende ser, e assim o é
hoje, amanhã e ontem.
Para conhecer a si e ao mundo é
preciso viver (e também imaginar – insisto, nem tudo é passível de ser vivido, nem tudo é
necessário de ser vivido), mas ainda assim viver é preciso (e, arrisco-me aqui
a contrariar poeticamente um dos meus poetas preferidos, que Pessoa me perdoe),
mas sim, viver é preciso para se conhecer, para se tecer redes de significados
e relações que façam jus a quem somos e a quem queremos ser, e até mesmo para
imaginar é preciso viver o real.
Para criar mundos, é preciso
estar em um mundo, para questionar a realidade, é preciso fazer parte dela,
para propor mudanças e projetos, é preciso viver.
Então sim, sinto-me convencida de
que, de alguma forma, a realidade extrapola a imaginação, e isso não é um
problema necessariamente, pois, apesar de tudo, é tão lindo viver.
segunda-feira, 18 de março de 2024
Vidas passadas
Eu não pude deixar de olhar para você, foi num ínfimo de segundo que nossos olhares se cruzaram e eu me vi ao invés de te ver, vi o que seus olhos viram, me vi sorrindo de leve, com olhos cheios de recém morridas lágrimas, saí acabada do cinema, sabia que seria assim, algo semelhante à isso, sabia a dor que ia sofrer e fui mesmo assim, fui porque precisava ver outra história como a minha, outras vidas que estando juntas não estão, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência, embora as histórias sejam muito diferentes, há um passarinho que pousa num galho em comum, há todo esse sentimento gigante que não se sabe o que fazer, um amor que fica no ar, meio perdido, sem rumo, mas que ainda assim é amor, e para sempre vai ser, não para essa vida, é verdade, para um futuro ou do passado, quem sabe... saber é um verbo tão difícil quanto amar, embora amar, ah, amar em si é fácil, o difícil é saber, é o não saber.
Pois assim sem saber, te vi e precisei te olhar, uma questão de respeito talvez, um respeito entre almas, quando passei mais cedo, você dormia na marquise da loja, agora de noite, você estava deitado no mesmo lugar, mas acordado, estava como relaxado, não fosse a crueldade do mundo, diria que estava tranquilo, e foi ali que te olhei, te olhei porque não podia te ignorar, te olhei porque você é, assim como eu sou, e você também me olhou, mas com as lágrimas recém caídas, com o coração em oceano, você me fez ver a mim, me foi espelho, e houve ali algo para mim, te abençoei, porque gosto de abençoar, porque eu mesma precisava de bênçãos.
Eu não morri
Eu não morri. Aquela que você achou que morreu ou que eu tinha matado, não morreu. Eu nunca morri. E, no entanto, morremos todos, todos...
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E agora José? O sol tímido chegava ao céu, José já estava acordado há um certo tempo, olhava pela janela. Ao amanhecer tudo ganhava v...
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Artur me intriga, não o conheço bem, mas algo nele me chama atenção, sua presença ali no quintal, no meio de tanta gente maior que ele, no m...
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Estudo sobre subcapitulo do livro Sentimento: a força do espírito Quando me pediram para falar sobre a última parte do livro Sentimento:...